Quando virem este blogue sem ser actualizado durante algum tempo, será porque estarei encarcerado numa cela pequena e escura num qualquer estabelecimento prisional, acusado e com razão de homicídio involuntário.
É que não faltará muito tempo até que ceife a vida de um bom cidadão numa passadeira algures por aí.
Já são bastantes as vezes em que estive lá quase, umas por estar distraído com outra coisa mas a maioria apenas porque sou parvo. Do ponto de vista do civismo rodoviário sou uma besta, não sei porquê mas sou. Poderia culpar o grande Amadeu, meu instrutor, mas acho que era injusto.
Ele bem que me dizia para eu ter 'percepção de equilíbrio'. Nunca percebi a que se referia, se calhar estava a falar disto.
Às vezes vou eu por aí a guiar e só percebo que devo parar já muito em cima da passadeira e das duas uma: ou paro no meio da passadeira todo atravessado figura de parvo ou não paro e deixo a pessoa a pensar, 'ca merda d'homem que ali vai'.
Outras vezes a pessoa vem a atravessar tranquilamente e percebe que o carro que lá vem não 'tá nem aí' para parar e tem de correr freneticamente para o passeio, e ao chegar lá chama-me nomes bonitos, aos quais eu respondo com um aceno de consentimento envergonhado e penso que para a próxima tenho de ter mais atenção.
A estas devemos juntar as outras vezes em que quase dei uma cacetada a pessoas com família para sustentar e nem me apercebi. Certo que já serão algumas.
Mas ontem foi mesmo quase. Estive perto de me atolar em merda (tipo o puto do 'Slumdog Millionaire' que quem não viu ainda ponha-se ao caminho).
É que por pouco não limpei uma criançola chinesa que se preparava para alegremente passar a passadeira aos saltinhos como um puto sem preocupações que se preze.
Mas não passou porque os chineses são todos das artes marciais e o seu sexto sentido disse-lhe que eu me aproximava da sua direita e parou no meio da passadeira com cara de chinês assustado, enquanto a mãe ainda mal saída do passeio berrava coisas imperceptíveis para a minha pessoa certamente, mas também para o pequeno asiático incauto que não deu a mão à mãe para atravessar a rua.
Será que já não dão na primária aqueles livros para colorir do "pára escuta e olha e só depois é que atravessas"?
Bem, enfim, cuidado com essas passadeiras e se depois me quiserem ir ver à choldra, eu arranjo maneira de deixar aqui a morada e horas de visita. Agradeço desde já.
Um bem haja, por quem sois.
8 comentários:
Pobre Ruca,
Daqui não vêm grandes palavras de consolo, mas sim a constatação que é tudo verdade!
Quando estiveres na choldra, tens de mudar essa atitude e comer tudo o que te põem no prato! :p
***
Ponto 1. tu és mesmo ruim, que eu hoje pensei em escrever algo parecido sobre mim, a condutora do ano.
Ponto 2. Há duas semanas quase ia sendo atropelada, por sorte não eras tu e o homenzinho apenas me apanhou o braço. eu saltei rápido e torci um pé, mas sobrevivi, coisa que não aconteceria se fosses tu o condutor.
Ponto 3. Como me vais gravar 5 virgens eu até sou boazinha (ao contrário do que dizes) e não te deixava ir para a choldra. Nota: os honorários são elevados.
Pronto, e agora toma lá um beijo com chuva*
M-E-D-O!
medusa, escuta! estás a ouvir isto?
são os gatinhos no saco a miar por clemência...
vai lá comer o fricassé vá!:)*
leila, és uma amiga:) mas posso pagar os honorários em virgens? :D*
miss, é essa a posição. enquanto tivermos medo estamos mais atentos. agora vou passar a conduzir cheio de medinho do bom para ver se n acabo no linhó.*
não poderia ser outra coisa! lagartissímaaaa!
Querias tu ser mimado como a minha Musa. Isso é só inveja!
Pensar que houve um tipo de fugiu de alcatraz porque comia as larvas do arroz, fonte essencialíssima de proteínas! Duvido que te sirvam seitan ou toffu no xadrês.
Então e o Ruka ataca em que cidade?
Bom fim de semana ***
Desafio na vacaria*
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