sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A minha homenagem em vida a Van Damme

O Van Damme fez 50 anos no passado dia 18 mas não sem um dia antes ter um ataque cardíaco em Nova Orleães, durante as filmagens de mais uma chouriçada das dele, intitulada The Weapon. O próprio já veio para o Facebook desmenti-lo, diz que está bem e manda muito amor para todos.
Mas eu já me estou a preparar para o pior e quero fazer a minha homenagem em vida a um dos meus heróis de infância, para não acontecer o mesmo que com outros, que partiram... snif... sem saberem o que significavam para mim...

João Cláudio é como aquelas bandas que gravaram bons primeiros discos mas depois de alguma fama só fizeram merda mas mantêm a perserverança e recusam-se a sair de cena (ex: Rollling Stones, U2, Xutos, Diapasão, etc.).
Bloodsport (1988)
Os primeiros filmes de Van Damme são todos clássicos intemporais, Citizen Kanes no seu estilo, pérolas do cinema de pancadaria que nada ficam a dever aos melhores momentos de Bruce Lee ou Chuck Norris.

Quem poderá contrapor o que acabo de afirmar perante obras como:
o verídico e envolvente "Bloodsport" (com quotes tão marcantes do vilão Chung Li como 'good trick, but bricks don't hit back' ou 'you break my record, now I break you, like I break your friend',
o apocalíptico e visceral "Cyborg" (Van Damme Jesus Cristo é crucificado mas consegue fugir da cruz),
o exótico mas cruel "Kickboxer" (Tong Po, dos maiores vilões de sempre, come a amiga do JC e diz.lhe 'Mi-lee, good fuck', sendo que a tradução era 'Pus-me em cima dela' - priceless),
o terno e honesto "Lionheart" (JC quase que representa neste filme que mostra o lado humano da máquina de porrada que ele era),
o violento e futurista primeiro tomo da saga "Universal Soldier" (com grandes diálogos com Dolph Lundgren que fazia de mau, coisa digna de irmãos Coen),
o imparável "Double Impact" (dois Van Dammes num só filme, um cabeludo, outro não, ambos brutos como casas, imagine-se a dose que isto era)
ou até, puxando um tanto a corda, o jogo tornado filme "Street Fighter" (fraquito mas apela ao coração de quem meteu muitas moedas de 50 escudos na arcade do jogo)?

Penso que os factos ofuscam qualquer tentativa de negar que Van Damme foi o rei do rotativo na boca durante uma boa dúzia de anos, diria 1985-1997.

A partir daí, entrou numa espiral de problemas pessoais, divórcio, dependência de drogas e bebadeiras e merdas assim e deixou de ser o velho João que tanto admirávamos.
A década dos 00 tem sido uma travessia no deserto, à base de filmes de baixo nível que já nem saem no cinema, intercalado por um filme quase biográfico "JCVD", de um realizador belga como ele, em que Van Damme faz de um gajo na mesma situação que ele próprio, na fossa, rejeitado pela família, ignorado pelos media, ostracizado pela sociedade.

"JCVD"(2008)
Van Damme foi um grande e terá sempre o seu lugar reservado no meu Olimpo de heróis de infância. Sei que nunca voltará a ser o mesmo pelo que o melhor será recordá-lo pelo que foi nos seus tempos áureos: um grande artista, um génio entre os seus pares.
Nunca te esquecerei, grande Jean Claude!

2 comentários:

tadeu disse...

já tens o texto feito para daqui uns tempos :)

Loot disse...

Muito bom também vi os filmes todos que mencionas, mas não consigo ter qualquer carinho pelo Street fighter e sou fã do jogo.

Quanto aos outros foi só rir enquanto recordava as situações que mencionas. Ainda há pouca falei do bloodsport, na altura que filmço, a ideia de juntar lutadores de diferentes estilos era uma maravilha. anos mais tarde descobri que tinha sido baseado numa história veridica.