Bem, mais vale tarde que nunca, mas escrever sobre um festival passado quase duas semanas é razão que baste para rever este meu timing.
Ao terceiro e último dia de Alive 2010, as minhas atenções estavam centradas todas numa banda: Pearl Jam.
Ao terceiro e último dia de Alive 2010, as minhas atenções estavam centradas todas numa banda: Pearl Jam.
Os meus concertos deste dia começaram no palco Super Bock, com a prestação de Sean Riley & The Slowriders. Esta banda de Coimbra é simplesmente uma das melhores bandas nacionais da actualidade e ao vivo dão um grande espectáculo. Têm boas músicas e músicos e só surpreenderam que não os conhecia. Muito fixe.
O show seguinte foi já no palco principal. Os Dropkick Murphys, de Boston, deram um alto concerto com o seu punk misturado com folk irlandês, fazendo uma grande festa. Era uma banda que já conhecia há anos mas que nunca tinha visto e acabou por me surpreender. Quero ver de novo.
Festa é a palavra indicada para um concerto de Gogol Bordello. Já os tinha visto em 2008 também no Alive, mas desta vez com muito mais atenção, pois já estava bem lá na frente, salvaguardando já um bom lugar para Pearl Jam.
São a banda perfeita para ver ao vivo, pois a sua música é feita para ser vivida e curtida em união e partilha com o público. Em álbum são giros, ao vivo são bombásticos. Grandes.
(vem aí a parte sobre os PJ; epá, não consigo ser conciso)
Passavam uns 10 minutos da hora marcada quando a intro com o piano de Philip Glass começou a soar nas colunas, dando a indicação de que o concerto de Pearl Jam ia começar.
O Alive, para mim, resumia-se aquelas duas horas. A melhor banda do mundo estava ali à minha frente e sabia que bastava serem iguais a si mesmos para que fosse uma noite memorável.
E foi isso e muito mais.
As expectativas de um fã hardcore de PJ ou de outra banda qualquer, acho eu, não são as mesmo do fã médio que só conhece as mais famosas e é só nessas que realmente curte e só essas que, no fundo quer ouvir.
Para mim, os grandes momentos do show não foram "Alive", "Even Flow" ou "Black". Essas já ouvi em todos os concertos que vi de PJ antes, são grandes canções mas para mim as pérolas eram outras.
E talvez a maior de todas surgiu logo a abrir. Tinha dito a quem estava comigo que a noite estaria praticamente feita se a opener fosse a "Release" ou a "Sometimes". Quando soam os primeiros acordes da primeira, foi algo de arrepiante. Pura magia.
Das canções mais emotivas do catálogo da banda, na qual Eddie Vedder empenha-se sempre muito, pois escreveu-a após a morte do seu pai (verdadeiro). Grande momento.
A próxima surpresa chegou à 5ª canção com "In Hiding", um dos momentos mais inspirados do álbum "Yield", que não é muitas vezes tocada ao vivo. Maravilhosa interpretação.
Entretanto, EdVed foi espalhando o seu charme dirigindo-se ao público no seu português possível, deixando no ar a mensagem de que aquele seria o último show de PJ em muito tempo. Onde? Em PT? Na Europa? No mundo? É sabido que a comeback tour de Soundgarden em 2011 obrigará o baterista Matt Cameron a deixar os PJ por uns tempos, e que os Brad de Stone Gossard vão lançar um novo álbum e vão querê-lo apresentar ao vivo. Também é do conhecimento dos fãs mais atentos de que Eddie Vedder vai casar em Outubro com a sua companheira dos últimos anos, da qual já tem uma filha, e que por uns tempos também vai querer afastar-se dos palcos. Mike McCready, um perfeito deus da guitarra, também disse que a banda iria entrar em estúdio no final do ano para finalizar um EP com canções que sobraram de "Backspacer". Estou certo que a banda não voltará à Europa antes de 2012, se bem que o mais certo é só ser em 2013. É duro mas temos de ser fortes.
Voltando ao concerto, a primeira incursão no último CD foi logo com a melhor canção: "Unthought Known", uma grande canção que ficou ofuscada pela que se seguiu. "Nothingman"!! Que doce. Das melhores canções do meu álbum favorito, "Vitalogy", foi um momento de puro deleite para mim e para muitos, não todos, dos que me rodeavam. Que belo!
Depois de uma série de canções mais previsíveis, mais uma surpresa: "Glorified G". Acho que nunca tinha ouvido esta canção ao vivo e acolhi-a de braços bem abertos. Das linhas de baixo mais bacanas do Jeff Ament, esta canção fez-me vibrar a sério. O main set termina com uma grande malha do primeiro disco, "Why Go", dos sons mais poderosos ao vivo.
O encore começa com a balada "The End", seguida do momento mais especial da noite. Numa homenagem claramente sentida e não de circunstância, EdVed recuperou a improvisação que tinha feito em 96 no Dramático de Cascais, sobre os gritos da audiência de "Portugal, Portugal, Portugal". Foi muito bom ver a banda retribuir o afecto dos fãs portugueses com esta canção, se é que se lhe pode chamar isso.
O 1º encore termina com "Better Man", um dos maiores hits de sempre que foi cantado a plenos pulmões por grande parte dos 45000+, principalmente pela gentalha que conheceu PJ pela versão que o rapazola que venceu os ídolos fez desta canção, que já estavam a ver que tinham pago 50 paus para nada.
o 2º encore começou com a última bomba da noite, a sublime "Smile". Que lindo cantar esta canção ao vivo, ainda mais quando o refrão tinha ainda mais sentido depois do anúncio de EdVed, "I miss you already, I miss you always..."
Era mesmo esse o sentimento. Ainda não tinha acabado e eu já estava com saudades e jainda por cima sabia que ia ter de penar muito até voltar a receber a benção que é ter a experiência única de assistir a um show de PJ.
Para a recta final, "Once", esta canção é tão forte, e "Alive", o mega hit, que é das melhores canções que os PJ (melhor solo de sempre do Mike?) já fizeram mas perdeu toda a magia devido à sua exposição em demasia. Ainda assim é sempre um grande momento. Para a despedida, a canção que na maioria dos casos encerra um concerto de Pearl Jam, a belíssima "Yellow Ledbetter", que é a canção perfeita para admirar os dotes do guitarrista Mike McCready, que é o que eu faço durante uma boa parte dos concertos. Depois de Eddie apresentar a banda e agradecer ao público, despediu-se e saíram do palco sob uma salva de palmas interminável. Quando as luzes se acenderam, voltei à realidade, contente por ter vivido aquele momento mais uma vez. Muitos dirão que foi um concerto morno, mas eu acho que um concerto intenso não se faz só de canções mexidas. Achei um show muito emotivo, com a banda a tocar com vontade, (Mike teve momentos de pura insanidade) com grandes momentos de partilha e que nos brindou com pérolas estatisticamente pouco prováveis como "Release" ou "Nothingman".
O facto da banda ser bastante conscienciosa com a bem-estar do público (principalmente depois da tragédia de Roskilde em 2000, em que 9 fãs morreram esmagados pela multidão durante a actuação de PJ) e de saber que o recinto estava lotado, também contribuiu para uma setlist que noutro dia teria incluído "Do The Evolution" ou "Porch"(o meu outro pedido para além da "Release", que não foi atendido).
Para rematar, afirmo o óbvio: foi o melhor concerto do festival.
A seguir, para encerrar o palco principal, chegaram os LCD Soundsystem. Já tinha visto visto 2 grandes concertos da banda de James Murphy no Sudoeste e no SBSR, mas desta vez foi o que se pode chamar uma desilusão. Tocaram só uma hora e optaram por desvirtuar canções como "Tribulations" ou "Daft Punk Is Playing In My House", que soaram muito lentas e pouco entusiasmantes. O final com a grande "Yeah" deu para atenuar um pouco a má imagem, mas no fim é caso para dizer: já vos vi fazer bem melhor.
Depois, tenda secundária onde o miúdo Boyz Noise mandava o seu electro com tiques de house. Não é a minha praia mas se tivesse mais ébrio era menino para ter ficado lá até acabar. Como até estava bem sóbrio, fui para o 3º palco ver os Homens da Luta. O discurso de esquerda, mesmo que dito entre piadas, prende-me facilmente, pelo que gostei e gosto bastante destes rapazes. Têm graça e o Jel é um óptimo entertainer. Foi um concerto engraçado, que encerrou a minha participação no Alive deste ano. Para o ano há mais.
Top 3 do dia#3:
Pearl Jam
Gogol Bordello
Sean Riley & The Slowriders
+
Momento do festival: a abertura de PJ com "Release"
+
Top 10 do festival:
1 Pearl Jam
2 Deftones
3 Faith No More
4 Florence & The Machine
5 Skunk Anansie
6 Gogol Bordello
7 Devendra Banhart
8 Dropkick Murphys
9 Sean Riley & The Slowriders
10 Homens da Luta
(sinceramente, alguém leu isto tudo?)
O show seguinte foi já no palco principal. Os Dropkick Murphys, de Boston, deram um alto concerto com o seu punk misturado com folk irlandês, fazendo uma grande festa. Era uma banda que já conhecia há anos mas que nunca tinha visto e acabou por me surpreender. Quero ver de novo.
Festa é a palavra indicada para um concerto de Gogol Bordello. Já os tinha visto em 2008 também no Alive, mas desta vez com muito mais atenção, pois já estava bem lá na frente, salvaguardando já um bom lugar para Pearl Jam.
São a banda perfeita para ver ao vivo, pois a sua música é feita para ser vivida e curtida em união e partilha com o público. Em álbum são giros, ao vivo são bombásticos. Grandes.
(vem aí a parte sobre os PJ; epá, não consigo ser conciso)
Passavam uns 10 minutos da hora marcada quando a intro com o piano de Philip Glass começou a soar nas colunas, dando a indicação de que o concerto de Pearl Jam ia começar.
O Alive, para mim, resumia-se aquelas duas horas. A melhor banda do mundo estava ali à minha frente e sabia que bastava serem iguais a si mesmos para que fosse uma noite memorável.
E foi isso e muito mais.
As expectativas de um fã hardcore de PJ ou de outra banda qualquer, acho eu, não são as mesmo do fã médio que só conhece as mais famosas e é só nessas que realmente curte e só essas que, no fundo quer ouvir.
Para mim, os grandes momentos do show não foram "Alive", "Even Flow" ou "Black". Essas já ouvi em todos os concertos que vi de PJ antes, são grandes canções mas para mim as pérolas eram outras.
E talvez a maior de todas surgiu logo a abrir. Tinha dito a quem estava comigo que a noite estaria praticamente feita se a opener fosse a "Release" ou a "Sometimes". Quando soam os primeiros acordes da primeira, foi algo de arrepiante. Pura magia.
Das canções mais emotivas do catálogo da banda, na qual Eddie Vedder empenha-se sempre muito, pois escreveu-a após a morte do seu pai (verdadeiro). Grande momento.
A próxima surpresa chegou à 5ª canção com "In Hiding", um dos momentos mais inspirados do álbum "Yield", que não é muitas vezes tocada ao vivo. Maravilhosa interpretação.
Entretanto, EdVed foi espalhando o seu charme dirigindo-se ao público no seu português possível, deixando no ar a mensagem de que aquele seria o último show de PJ em muito tempo. Onde? Em PT? Na Europa? No mundo? É sabido que a comeback tour de Soundgarden em 2011 obrigará o baterista Matt Cameron a deixar os PJ por uns tempos, e que os Brad de Stone Gossard vão lançar um novo álbum e vão querê-lo apresentar ao vivo. Também é do conhecimento dos fãs mais atentos de que Eddie Vedder vai casar em Outubro com a sua companheira dos últimos anos, da qual já tem uma filha, e que por uns tempos também vai querer afastar-se dos palcos. Mike McCready, um perfeito deus da guitarra, também disse que a banda iria entrar em estúdio no final do ano para finalizar um EP com canções que sobraram de "Backspacer". Estou certo que a banda não voltará à Europa antes de 2012, se bem que o mais certo é só ser em 2013. É duro mas temos de ser fortes.
Voltando ao concerto, a primeira incursão no último CD foi logo com a melhor canção: "Unthought Known", uma grande canção que ficou ofuscada pela que se seguiu. "Nothingman"!! Que doce. Das melhores canções do meu álbum favorito, "Vitalogy", foi um momento de puro deleite para mim e para muitos, não todos, dos que me rodeavam. Que belo!
Depois de uma série de canções mais previsíveis, mais uma surpresa: "Glorified G". Acho que nunca tinha ouvido esta canção ao vivo e acolhi-a de braços bem abertos. Das linhas de baixo mais bacanas do Jeff Ament, esta canção fez-me vibrar a sério. O main set termina com uma grande malha do primeiro disco, "Why Go", dos sons mais poderosos ao vivo.
O encore começa com a balada "The End", seguida do momento mais especial da noite. Numa homenagem claramente sentida e não de circunstância, EdVed recuperou a improvisação que tinha feito em 96 no Dramático de Cascais, sobre os gritos da audiência de "Portugal, Portugal, Portugal". Foi muito bom ver a banda retribuir o afecto dos fãs portugueses com esta canção, se é que se lhe pode chamar isso.
O 1º encore termina com "Better Man", um dos maiores hits de sempre que foi cantado a plenos pulmões por grande parte dos 45000+, principalmente pela gentalha que conheceu PJ pela versão que o rapazola que venceu os ídolos fez desta canção, que já estavam a ver que tinham pago 50 paus para nada.
o 2º encore começou com a última bomba da noite, a sublime "Smile". Que lindo cantar esta canção ao vivo, ainda mais quando o refrão tinha ainda mais sentido depois do anúncio de EdVed, "I miss you already, I miss you always..."
Era mesmo esse o sentimento. Ainda não tinha acabado e eu já estava com saudades e jainda por cima sabia que ia ter de penar muito até voltar a receber a benção que é ter a experiência única de assistir a um show de PJ.
Para a recta final, "Once", esta canção é tão forte, e "Alive", o mega hit, que é das melhores canções que os PJ (melhor solo de sempre do Mike?) já fizeram mas perdeu toda a magia devido à sua exposição em demasia. Ainda assim é sempre um grande momento. Para a despedida, a canção que na maioria dos casos encerra um concerto de Pearl Jam, a belíssima "Yellow Ledbetter", que é a canção perfeita para admirar os dotes do guitarrista Mike McCready, que é o que eu faço durante uma boa parte dos concertos. Depois de Eddie apresentar a banda e agradecer ao público, despediu-se e saíram do palco sob uma salva de palmas interminável. Quando as luzes se acenderam, voltei à realidade, contente por ter vivido aquele momento mais uma vez. Muitos dirão que foi um concerto morno, mas eu acho que um concerto intenso não se faz só de canções mexidas. Achei um show muito emotivo, com a banda a tocar com vontade, (Mike teve momentos de pura insanidade) com grandes momentos de partilha e que nos brindou com pérolas estatisticamente pouco prováveis como "Release" ou "Nothingman".
O facto da banda ser bastante conscienciosa com a bem-estar do público (principalmente depois da tragédia de Roskilde em 2000, em que 9 fãs morreram esmagados pela multidão durante a actuação de PJ) e de saber que o recinto estava lotado, também contribuiu para uma setlist que noutro dia teria incluído "Do The Evolution" ou "Porch"(o meu outro pedido para além da "Release", que não foi atendido).
Para rematar, afirmo o óbvio: foi o melhor concerto do festival.
A seguir, para encerrar o palco principal, chegaram os LCD Soundsystem. Já tinha visto visto 2 grandes concertos da banda de James Murphy no Sudoeste e no SBSR, mas desta vez foi o que se pode chamar uma desilusão. Tocaram só uma hora e optaram por desvirtuar canções como "Tribulations" ou "Daft Punk Is Playing In My House", que soaram muito lentas e pouco entusiasmantes. O final com a grande "Yeah" deu para atenuar um pouco a má imagem, mas no fim é caso para dizer: já vos vi fazer bem melhor.
Depois, tenda secundária onde o miúdo Boyz Noise mandava o seu electro com tiques de house. Não é a minha praia mas se tivesse mais ébrio era menino para ter ficado lá até acabar. Como até estava bem sóbrio, fui para o 3º palco ver os Homens da Luta. O discurso de esquerda, mesmo que dito entre piadas, prende-me facilmente, pelo que gostei e gosto bastante destes rapazes. Têm graça e o Jel é um óptimo entertainer. Foi um concerto engraçado, que encerrou a minha participação no Alive deste ano. Para o ano há mais.
Top 3 do dia#3:
Pearl Jam
Gogol Bordello
Sean Riley & The Slowriders
+
Momento do festival: a abertura de PJ com "Release"
+
Top 10 do festival:
1 Pearl Jam
2 Deftones
3 Faith No More
4 Florence & The Machine
5 Skunk Anansie
6 Gogol Bordello
7 Devendra Banhart
8 Dropkick Murphys
9 Sean Riley & The Slowriders
10 Homens da Luta
(sinceramente, alguém leu isto tudo?)
2 comentários:
eu li. e agradeço o teu testemunho, já que não tive oportunidade de ir. aquilo que escreveste transmitiu muito bem a essência do que foi este festival, obrigada :)
hey there!
melhor que ver o concerto da banda favorita é ler um fã escrever sobre.
não mudo uma vírgula e se alguém disse que o concerto foi morno, não estava lá.
adrenalina nem sempre tem de ser rock "à esgalhar".
quero acreditar que 2011 traz concertos da banda. em tempo de comemorações, a ausência não faz muito sentido. enfim, há que esperar.
na torcida para que a banda não perca o matt cameron. gosto do soundgarden, mas ando farto da imagem gasta do cornell.
bueno, vida longa aos pj.
agora é adquirir o concerto via página oficial :)
abraço e "smile" :))
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