sexta-feira, 28 de maio de 2010

O fim de LOST

*Contém spoilers com fartura*

Primeira parte de uma série de considerações algo dispersas sobre o fim da série, conforme me forem assaltando o pensamento.

Acabou.
Demorei um pouco a interiorizar aquele finale, que não era de todo aquilo que esperava.
Foi, sem dúvida, um dos fins mais fáceis de executar para a dupla de argumentistas Cuse/Lindelof, mas ainda assim, e depois de alguma reflexão, admito que não é um final assim tão mau.

O meu maior medo era que no fim da festa a ilha se revelasse um sonho ou realidade alternativa manhosos, o que não se veio a verificar.
Este final veio lançar uma nova perspectiva sobre os flash-sideways desta sexta temporada, que me vinham mantendo algo reticente quanto ao escopo daquilo.

Ainda que a explicação para os mesmos e toda a imagética e contornos cristãos em que se encaixam e que acabam por atravessar este final do LOST, não me tenham agradado, pois acho que tornaram a coisa demasiado religiosa com a intenção de um consequente happy end, recorrendo às ideias redutoras de céu, redenção, pecado, castigo já para não falar na quase infantil dicotomia Jacob/Man In Black - branco/preto - bem/mal. Menos catequese, por favor.

Nada contra às referências bíblicas que se diz atravessarem a série, pois a tradição judaico/cristã é ela hoje parte da cultura popular ocidental, mas é uma bela duma treta dos bonzinhos estarem todos à espera do Jack para irem todos para o céu montados no pai do Jack, espécie de pastor da Igreja dos Santos do LOST, enquanto os mauzões ou ficam pela ilha a amargar como o Michael ou vão para o inferno, pagar os pecados, coitadinhos.
Mas depois temos o Ben Linus, para mim o maior dos vilões do LOST ao longo da série, que é seleccionado para o clube privado Amigos Sem Pecados do Jack, como se fosse um menino do coro. Acaba por se auto-excluir por não se achar digno de ir para o céu com o resto da rapaziada, mas para onde é que ele irá?

E a questão do Jack ter passado o testemunho ao Hurley como "novo Jacob" mas quando vai ao próprio funeral no fim já está lá o gordão?
Quantos tempo passou entre o momento em que o Jack é dado como morto lá naquela cova do "coração da ilha" e a altura em que é visto com vida, ainda a sangrar da ferida do Locke mau, antes de se deitar com o cão Vincent no meio dos bambus? Supostamente um quarto de hora.
Quer dizer então que o Hurley e o Ben morreram nesse período?

Ainda tenho mais para dizer, voltarei a este tema assim que tiver tempo.

3 comentários:

Dora disse...

Ruca: Concordo com tudo o que disseste. Sou da opinião do gajo que escreveu o link quete mandei para o mail. Lê que o gajo tem as "saídas" porreiras.

tadeu disse...

tás tramado :)
é o que o que dá não ir à missa aos domingos.
vai ser a última vez que me refiro a uma série como "vejo religiosamente" :))
antes que me saia outra catequese :))
bom fds!

Madame Butterfly disse...

Acabou MESMO? Não posso crer...e eu que desisti na terceira temporada por não acreditar que aquilo algum dia iria ter um fim. Aparentemente, há que ter fé:)