quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Caminhamos para o Apocalipse

O embrutecimento do povo através dos media vai-se consumando a cada dia.

A tal 'noite de mil anos' a que se chamou Idade Média, período da história em que a produção intelectual e cultural por parte do Homem foi praticamente nula, escondida debaixo da batina dos Papas e das armaduras dos reis, está a voltar.

Se na altura havia pouquíssimo acesso ao conhecimento e as elites do clero e nobreza controlavam as mentes e vontades das massas, hoje assistimos a um fenómeno de auto-censura ou auto-estupidificação.

A quantidade de informação disponível nos dias de hoje e a facilidade em obtê-la são tão grandes que as pessoas dão-se ao luxo de escolher ignorar camadas de 'conhecimento' que lhes pareçam supérfluas.
É lógico.
O que não é lógico é a maioria dos seres humanos, ditos animais racionais, ignorar a busca de conhecimentos válidos e úteis, desistir de ser uma pessoa mais instruída e capaz de reproduzir uma opinião relevante em questões igualmente relevantes,
e optar por apreender noções de baixo valor cultural e insignificantes para o seu desenvolvimento intelectual e pessoal e da humanidade enquanto consciência global.

Eu sei que este é um texto de cariz pseudo-intelectualóide-mania-que-é-mais-esperto-que-os-outros, que não há saberes superiores ou inferiores e essa tretas todas.

Mas não posso ficar impávido quando começo uma busca no Google e com as letras 'leon' escritas, me surgem as sugestões do motor de busca e constato que a Leona Lewis, espécie de Ruth Marlene inglesa, tem mais 7 milhões de resultados que o maior poeta e cantautor canadiano de sempre, Leonard Cohen, e mais 5 milhões que o génio absoluto do Renascimento, Leonardo Da Vinci.

Ignorância de quem veste a t-shirt ou de quem mete a foto na net e lhe chama 'ignorância'?
Vou pela segunda opção.

1 comentário:

Pedro disse...

Eu sempre disse que o filme Idiocacry não é mais do que um vislumbre do nosso negro futuro.
Temo que estamos a entrar numa Era Negra auto-infligida.