O meu teorema

Matemática na primária era fácil, na preparatória começou a descambar e na secundária tive de morrer e ressuscitar para conseguir escapar dela. Mas a culpa não foi minha. É que os testes eram difíceis, está bem?

Sempre me pareceu impossível ser saudável física, mental e socialmente e saber a fórmula resolvente das equações de 2º grau na ponta da língua. Isso e o resto da matéria, Pitágoras e esses sacanas todos.

A pergunta subjacente a qualquer tentativa de raciocínio lógico era e ainda hoje é sempre a mesma: "Mas para que porra é que isto me vai servir no futuro?"
Tem graça que também a resposta ainda hoje se mantém inalterada:
"Para porra absolutamente nenhuma!!"
Ou seja, a Matemática para além do 9x9=81 não serve para nada e não vale a pena sabê-la. Digo-o eu e dizem os iluminados do Ministério da Educação.

Por isso, este ano mataram o papão da Matemática, engordado ao longo de anos com chumbos em torrente, com uns exames nacionais cagadinhos, para os alunos passarem todos e para a Lurdes e o Socras poderem vir para os media cuspir 'óptimos resultados', 'no bom caminho', 'porreiro, pá' ...

Tenho pena de não ter havido um Governo 'porreiro pá' na minha altura. O Guterres dizia que a Educação era a sua grande paixão, mas o bandalho nem sabia a tabuada. "É fazer as contas", dizia o gajo. Que facínoras!

Enfim. E pronto, se querem acabar o 9º ano é aproveitar agora! Não se sabe quando virá outro exame com perguntas da 4ª classe.

Até logo.

Bandidagem

Manel Cruz, - Ornatos Violeta, Pluto, etc. - esse pequeno génio da música portuguesa, está de volta desta vez a solo, com o novo projecto Foge Foge Bandido.

Trata-se de um álbum duplo com 80 faixas e um livro de ilustrações pelo próprio Manel, que faz lembrar tudo o que ele já fez antes e entra ainda por territórios inexplorados, mercê também do enorme número de colaborações.

A 1ª edição de 1100 cópias esgotou num ápice e aguarda-se nova edição para Julho.
Assim que for possível, vou oferecer este item a mim mesmo.

Por enquanto, vou ouvindo e vendo o que a internet tem para oferecer, o que já não é tão pouco assim.

Fiquem-se com uma das minhas preferidas:

Rego do Azar

Diz um provérbio singapuriano que uma promessa feita com os copos é para ser respeitada.

Posto isto, ontem de manhã, vá, 2 da tarde, um grupo de gente mal tratada pela noite anterior partiu rumo à Costa, com o intuito de cumprir a tal jura, ir à praia.

Como há sempre aquele astuto rei do asfalto que sabe atalhos e caminhos manhosos para fugir ao trânsito, metemo-nos ali pela Trafaria, evitando assim as filas no centro e na recta das praias. Funciona mesmo, mas isso agora não interessa nada.

Interessa que Portugal é um país hilariante, e a sua toponímia é a melhor do mundo.
No caminho até ao mar passámos por localidades tão espantosas como Picagalo ou Murfacém, mas nenhuma me chamou tanto à atenção como a grande Costas de Cão.

E como este blogue é um blog cultural e porque o seu autor gosta de perder tempo com coisas imbecis, vou explicar-vos a origem do nome dessa bela localidade, que é ela mesma tão fascinante como o próprio nome. Senão reparem.

Em tempos que já não voltam, aqueles terrenos por ali eram pertença de várias famílias de brasão, e porque havia mais do que uma família Costa, o bom povo teve de arranjar forma de as distinguir.
Logo por azar ou manifesta incapacidade do seu criador, o brasão desta família tinha por símbolo um viril leão mas que a todos parecia um canito esfaimado.
E pronto, vai daí começaram a chamar aquela família e às suas terras as dos "Costas de Cão".
E esta, hein?

Agora que já ensinei alguma coisa, vou ver se aprendo o caminho para Terra da Gaja ou Sítio das Solteiras. Diz que são terras bonitas...

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Parece que as bolachas 'Principe' da Vieira de Castro, foram proibidas de ser comercializadas na China por terem sido detectados coliformes na sua composição.

Logo os chineses que exportam toneladas de trampa sem qualidade para todo o mundo, mas como estão a tornar-se novos ricos, só consomem de muito bom para cima.

"Vejam lá que não podem comer uns coliformezitos. São finos, os gajos!", pensei eu.

Mas a verdade é que depois de ler na Wiki, que coliformes são bactérias que "habitam o intestino de animais mamíferos, como o homem", devo confessar que mudei de ideia.

"Só me dão merda para comer!"

É natural que um chinês preocupado com o seu bem-estar se interrogue como é que um habitante das tripas duma pessoa aparece numa cremosa bolacha de chocolate Príncipe.

Pobre monstro das bolachas.

Para compensar, tomem lá este doce:

Okkervil River - "Our Life Is Not A Movie Or Maybe"(versão sem coliformes)

Chamem o macaco Adriano

Começo a ganhar um certo trauma com os almoços de família ao domingo.
A culpa não é da comida, não é das pessoas com quem partilho a mesa nem da ocasional ressaca de sábado à noite que me torce o intestino.

Não, a culpa é agora e sempre da televisão que alguém que insiste em pôr na RTP1. E o que é que está a dar aí no domingo à hora do pranzo? Pois é, isso mesmo: o Só Visto.

Já aqui tinha demonstrado o meu desagrado pela fraca prestação semana após semana da apresentadora, mas a verdade é que as entrevistas dela já não me fazem engasgar numa garfada de arroz branco, habituado que já está o estômago às perguntas imbecis e às risadinhas despropositadas da senhora.

Dá-se que a estupidez é contagiante e uma pobre alma em contacto com um repórter deste tipo de programas da treta, tem uma tendência incontrolável de responder trampa a uma pergunta de trampa, mostrando-se também ela de uma pobreza de espírito constrangedora que à partida se poderia considerar ausente.

Isto acontece até ao mais sábio e eloquente dos intelectuais de esquerda. Mas acontece muito mais facilmente a um entrevistado cretino de nascença.

Repare-se no exemplo:

A 'peça' aludia a um grupo de famosos mas inconsequentes portugueses que se preparavam para apanhar um avião para ir ver um jogo de Portugal no Euro.

No meio do buçal Fernando Mendes e de outras figuras sinistras, a repórter perguntou ao cocainómano ex-apresentador do saudoso Big Show Sic, João Baião, se achava que Portugal ia ganhar o Europeu. A pergunta se não fosse esta era algo do género, mas atente-se à resposta deste gigante da comunicação.

O monstro, entre um chorrilho de frases feitas, sai-se com este doce:

"... Portugal tem de ter os pés bem assentes na cara..." !!!!!!!!!

Uma pessoa não pode almoçar nestas condições, quer-me parecer.

É que me dá medo de especular a razão deste lapso freudiano. Fetiches sado-maso com o Monchique são a primeira coisa que me vem à cabeça, mas também pode ser uma metáfora para a situação social do país ou outra coisa qualquer que não me apetece aprofundar.

Anyhow, já disse à minha mãe. A partir de hoje, ou almoço antes ou depois do Só Visto.
Ainda me dá um aneurisma e depois?

One Evening

Quatro meses depois de ter comprado o bilhete, chega finalmente o dia de lhe dar uso.

É esta noite que lady Leslie Feist, dona de uma das vozes - senão A voz! - mais inebriantes e encantadoras da actual cena musical- indie ou sem ser índia - desce até Lisboa para terminar a sua digressão europeia, numa Aula Magna há muito esgotada. E se é para terminar que seja em apoteose, 'tá bem?

É que uma nova vitória da rapaziada da bola esta tarde e consequente apuramento (e consequentes imperiais fresquinhas para refrescar e festejar) seguida de um Fe(i)sta arrebatadora ali para os lados da minha antiga faculdade pode muito bem fazer desta 4ª feira um dia faaaantástico. (ler à Carlos Barroca) (quem?)

Isto na véspera dos Santos Populares, que são já amanhã e como já é tradição não vai ser nada fácil. Nadinha.

Fiquem-se com esta em vídeo, só para fazer pirraça:

Então pá, como é que foi aquilo?

Pá, foi Metallica.

E a partir daqui não vale a pena dizer mais nada.

Under my umbrella-ella-ella

Pois foi, não choveu no fim de semana, os milhares que foram ao RIR gostaram, mas os mil guarda-chuvas que agora tenho no sótão não acharam gracinha nenhuma.

Aqueles que foram ver a Amy, o Bon ou os Tokyo e que acharam que estava a gozar com eles no post anterior, bem, tinham razão. Estava mesmo!
Apeteceu-me brincar com a possibilidade que havia logo na 6ªfeira de ver 120mil pessoas a serem castigadas por uma chuva grossa, ao mesmo tempo que assistiam a concertos(?) de artistas(?) espectaculares(?).
Tinha piada, não digam que não....

Mas não aconteceu, a piada nunca foi e quem salvou a noite foi a rapariga da casa do vinho que, essa sim, me fez rir a bandeiras despregadas! Obrigado por seres quem és!

Agora na quinta-feira é que isto é capaz de dar para RIR muito.
É que deverei dirigir-me ao Bela Vista Park e seria poético se me caísse uma carguita de água em cima, que me ensinasse a não gozar com o próximo. Era a tal vingança que dizem que se serve fria, e como água da chuva ainda não vem quente, aí está...
Tinha graça, não digam que não...

Ah, e o conselho de hoje é: Não bebam aguardente da Serra da Estrela.