segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Biutiful


Não sei se será a obra-prima de Iñarritu, como está a ser vendida por algumas críticas. Continuo a preferir "Amores Perros" acima de qualquer outro, mas "Biutiful" tem a particularidade de ser um filme com uma narrativa menos fragmentada que o habitual, em que a trama principal é entrelaçada por histórias paralelas mas sem deixar de ser predominante em nenhum momento, o que dá espaço para emergir a personagem mais forte que já se viu num filme do realizador mexicano. 
Javier Bardem é actualmente um dos maiores actores da sua geração e tem uma interpretação magnifica, na pele de um homem em fase terminal que tem muito mais com que se preocupar do que a dor que o cancro lhe provoca. Bardem tem uma cara de film noir, capaz de fazer dela a perfeita parceira das suas capacidades de representação, na descrição silenciosa dos sentimentos das suas personagens. O argumento não é esplêndido mas está bem urdido e os secundários (o irmão e a ex-mulher) estão à altura. A realização de Inãrritu continua bastante apreciável, com os seus close-ups e os planos vívidos de câmara na mão. 
O Oscar de Melhor Filme Estrangeiro fica-lhe bem.

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