E ele há quem encontre felicidade nas coisas mais estranhas, insignificantes ou banais. Para mim, a sensação que me invade, por vezes durante, mas principalmente após ver um grande filme, é a meu ver, algo muito próximo de um momento de máxima satisfação intelectual e emocional. Aquele sentimento de que acabámos de ver algo que tem de ser classificado como uma obra de arte como o são a ‘Metamorfose de Narciso’ de Dali ou o 2º golo de Maradona contra a Inglaterra no Mundial de ’86.
Essa convulsão atacou-me neste fim-de-semana quando revi os dois primeiros tomos da brilhante trilogia ‘The Godfather’ de Francis Ford Coppola, a partir da obra homónima do escritor nova-iorquino de origem siciliana Mario Puzo.

Tudo conflui em direcção à excelência. A densidade e intensidade do argumento e dos diálogos, do recontar da história daquela família, a realização e a fotografia, o acompanhamento musical tão Itália do Sul, o uso do dialecto siciliano/napolitano ou o enquadramento histórico.
Mas o ponto que mais me fascina nos ‘Padrinhos’ é a força e a sinergia partilhadas entre actores e personagens, principalmente na figura de Vito Corleone, umas das mais emblemáticas da 7ªarte. Uma personagem mágica que levou a um caso ímpar na história da entrega dos Óscares: dois actores diferentes a serem galardoados com um Óscar pela mesma personagem (curiosamente nenhum deles subiu ao palco para receber a estátua careca).


O cinema cria sonhos. E alguns desses sonhos tornam-se realidade para muitos. A imensidão da figura de Vito Corleone dá-me vontade de vê-la para além de uma personagem, como se uma pessoa assim quase que passasse a existir, depois de tão fantasticamente construída, desenvolvida e interpretada. No meu planeta Terra viveu um homem chamado Vito Andolini ‘Corleone’. Se calhar sou autista ou apenas risível. Vou ver o III.
1 comentário:
Acho que o teu mal é quereres voar até itália.. queres vir até veneza?? :P
Já sei, sou má!!!
Baci*
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