segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Take Me To The Movies #2


O mal de muitos filmes dentro do género thriller é que procuram compensar a fraca estrutura narrativa com um ritmo frenético e com sucessivos twists, que depois no fim acaba por ser só fogo de vista. But not with Roman Polansky, nesta adaptação do livro de Robert Harris sobre um escritor (Ewan MacGregor) que é contratado para escrever a biografia de um ex-primeiro ministro inglês (Pierce Brosnan) e se vê envolvido num imbróglio político a nível internacional, que vai pôr em risco a sua própria vida.
Este sabe como contar uma história e deixá-la ir-se revelando por si mesma, subtil na forma como vai desvendando os pormenores da trama, sem o recurso a subterfúgios ou efeitos visuais para manter o espectador ligado, utilizando com mestria o próprio clima e paisagens áridas da ilha onde se desenrola o filme em favor do adensar da história.
Um dos bons filmes que vi nos últimos tempos. Os actores também vão todos muito bem, nomeadamente os secundários, com destaque para Olivia Williams, um degrau acima dos restantes.








"Crazy Heart" (2009)

A história, na sua generalidade, não é nova. O homem perdido na vida, com problemas pessoais, que conhece uma moça também em busca de algo mais da vida, a redenção que parece surgir deste enlace, as coisas que dão para o torto e que no fim se endireitam ou não. Já se viu.
Mas raramente com interpretações deste calibre.
Jeff Bridges é um dos meus actores favoritos, o eterno "The Dude", e tem por trás uma carreira que fala por si. Venceu o Oscar com esta prestação e não me venham dizer que foi um prémio de carreira, porque este é o melhor papel dos 5 nomeados e a estatueta apenas serve para distinguir o efectivamente melhor. Maggie Gyllenhaal (nomeada para o Oscar de actriz secundária) também nos brinda com uma interpretação segura, à altura de Bridges.
Uma menção à presença do grande Robert Duvall, às belas canções interpretadas pelos actores ao longo do filme e a Scott Cooper, até agora apenas mais um actor anónimo em Hollywood, que se ocupou da produção, argumento e realização (estreia) deste "Crazy Heart", teste de fogo em que passa com distinção.









"Clash of the Titans" (2010)

A moda de fazer remakes, adaptações e sequelas a torto e a direito parece que se instalou em Hollywood. Deve ser falta de bons argumentos originais ou então a indústria caiu quase toda no poço do facilitismo que é refazer algo já feito, que convenhamos dá muito menos trabalho.
O problema é que é raríssimo conseguirem fazer uma versão moderna que suplante o original, e neste "Clash of the Titans" de 2010 isso é por demais evidente.
O original de 1981 com Laurence Olivier e Harry Hamlin, sem ser uma obra-prima, conseguiu com menos recursos e com uns efeitos especiais sofríveis (mesmo para a época) criar um filme bem mais conciso e uma história mais bem construída do que esta versão nova, com Liam Neeson e Sam Worthington.
Julgo que os produtores deste filme não almejavam que este fosse além do típico blockbuster de verão, para entreter durante 2 horas, com boas partes de acção de encher o olho. Porém, nem isso é. O filme está muito mal montado, os efeitos especiais fracos para o que se pratica hoje em dia e os bons actores que tem andam perdidos em personagens e diálogos mal construídos, para não falar em certos cenários que poderiam fazer parte do "Sítio do Piacapau Amarelo". Um filme para ver e esquecer.

1 comentário:

Dora disse...

Andas a pôr os filmes em dia :-)
AMEI o Crazy Heart! Muito, muito bom! El Duderino rula!