segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cinema da Ibéria

"Celda 211" e "Buried". 
O primeiro não é nada menos que um filmezão, com duas grandes interpretações de Luís Tosar e Alberto Ammann e uma história muito bem contada, adaptada de um livro que conta a história de um guarda prisional que se vê envolvido num motim na prisão onde iria começar a trabalhar e tem que fingir ser recluso para salvar o coiro. Um filme muito bem urdido, a primeira grande obra que vi neste 2011.
"Buried" é o filme com o cast mais pequeno de sempre. Aparece um só actor durante o filme, Ryan Reynolds, camionista americano a trabalhar no Iraque, que acorda enterrado vivo num caixão, depois de ter sido atacado e feito refém por rebeldes iraquianos que exigem um resgate para o libertarem. A trama anda à volta da corrida contra o tempo do protagonista, com um telemóvel  à Jack Bauer, para que alguém o vá desenterrar. É um thriller simpático, quiçá aterrador para os mais claustrofóbicos e o lucky bastard do Ryan nem vai muito mal.
O que estes filmes têm em comum é que ambos são produções espanholas, financiadas em boa parte com dinheiros públicos, e apoiados de modo a terem distribuição no circuito comercial internacional e não ficarem presos no limbo do filme de língua estrangeiro quase sempre conotado como indie ou intelectual. E a verdade é que conseguem. Mais um bom exemplo de nuestros hermanos que a indústria portuguesa teima em ignorar, gastando os trunfos todos (leia-se fundos) em chicletes como "A Bela e o Paparazzo" ou no suposto breakthrough "Contraluz" - boa fotografia, mau em tudo o resto. Nada contra os filmes que veiculam a portugalidade além-fronteiras, como "Mistérios de Lisboa" ou "Aquele Querido Mês de Agosto", mas equilibre-se isso com alguns objectos de cinema mais universais que possam ser apreciados lá fora pelo espectador comum e não apenas por meia dúzia de críticos intelectuais e programadores de festivais de cinema.

2 comentários:

Anita disse...

Aqui estão filmes que quero bastante ver. O "Buried" tem recebido elogios por toda a parte mas, confesso que o factor Ryan Reynolds causa-me uma certa urticária...é um daqueles ódios de estimação cinéfilos :p

Leila* disse...

Cela 211 grande filme mesmo. Vi na ante-estreia :p :P
Assim que receber marcamos um almocinho?? Biju saloio**