sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sabem o que rende bué?

O canal de música da National Geographic. NAT GEO MUSIC.

Em meia horinha apanha-se com os grandes pais Bob Marley e Manu Chao, descobre-se que a Tracy Chapman não morreu e até tem músicas novas, ouve-se a "Fuck You (Very Much)" da Lily Allen na versão censurada, com o refrão 'akiu, akiu very very much...' e ainda vemos um clip de uma música fraquinha de Alpha Blondy, mas na qual este mostra ter visto os vídeos de Iran Costa mais de mil vezes, imitando a linguagem corporal deste (leia-se saltinhos ridículos e um menear de cabeça à boneco sempre em pé) na perfeição.

Está bem que pelo meio ainda temos de levar com um tal Jamie Cullum que nem sei bem quem será (mas não presta) e com o inexplicável marido da Heidi Klum, o Seal, esse mítico.

Mas, at the end of the day, passa-se ali um bom bocado.

Bom fim-de-semana.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Whatever Works

O regresso de Woody Allen a Nova Iorque dá-se com uma comédia deliciosamente bem escrita e com uma interpretação impagável de Larry David.
Muito bom. Acho que esta sim, é a comédia do ano.

Nos cinemas só em Fevereiro.
Trailer aqui...





e download aqui e podem ver aqui...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Os Muse são ratos

Agendar uma mega-tour antes de sair o novo cd foi de génio.
Venderam meio milhão de bilhetes enquanto o diabo esfregou o olho, encheram-se de guita e depois fizeram um álbum de merda.


Acho que é óbvio que o concerto de Muse no domingo que vem não estaria esgotado para aí desde Agosto se os bilhetes tivessem sido postos à venda depois do novo álbum.

Ainda bem que levo as expectativas baixas, assim estou pronto para ser surpreendido, pela positiva. Por exemplo, por algo como isto:


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Caminhamos para o Apocalipse

O embrutecimento do povo através dos media vai-se consumando a cada dia.

A tal 'noite de mil anos' a que se chamou Idade Média, período da história em que a produção intelectual e cultural por parte do Homem foi praticamente nula, escondida debaixo da batina dos Papas e das armaduras dos reis, está a voltar.

Se na altura havia pouquíssimo acesso ao conhecimento e as elites do clero e nobreza controlavam as mentes e vontades das massas, hoje assistimos a um fenómeno de auto-censura ou auto-estupidificação.

A quantidade de informação disponível nos dias de hoje e a facilidade em obtê-la são tão grandes que as pessoas dão-se ao luxo de escolher ignorar camadas de 'conhecimento' que lhes pareçam supérfluas.
É lógico.
O que não é lógico é a maioria dos seres humanos, ditos animais racionais, ignorar a busca de conhecimentos válidos e úteis, desistir de ser uma pessoa mais instruída e capaz de reproduzir uma opinião relevante em questões igualmente relevantes,
e optar por apreender noções de baixo valor cultural e insignificantes para o seu desenvolvimento intelectual e pessoal e da humanidade enquanto consciência global.

Eu sei que este é um texto de cariz pseudo-intelectualóide-mania-que-é-mais-esperto-que-os-outros, que não há saberes superiores ou inferiores e essa tretas todas.

Mas não posso ficar impávido quando começo uma busca no Google e com as letras 'leon' escritas, me surgem as sugestões do motor de busca e constato que a Leona Lewis, espécie de Ruth Marlene inglesa, tem mais 7 milhões de resultados que o maior poeta e cantautor canadiano de sempre, Leonard Cohen, e mais 5 milhões que o génio absoluto do Renascimento, Leonardo Da Vinci.

Ignorância de quem veste a t-shirt ou de quem mete a foto na net e lhe chama 'ignorância'?
Vou pela segunda opção.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Call me Sonny

Esta semana a RTP2 dá um filmezinho todos os dias depois da meia noite. E um filmezinho é aqui, claramente, um understatement.
Segunda foi um do Brian de Palma que não consegui ver e não me recordo o título mas quem viu diz que é mel, ontem foi um do Wim Wenders, que vi e gostei bastante. ("Land of Plenty") e hoje não se brinca em serviço.

Al Fucking Pacino, baby!

Temos o 'Dog Day Afternoon', de 1975, "Um Dia de Cão", em português.
Baseado em factos verídicos, de Sidney Lumet e com o pequeno grande Al Pacino, relata a tentativa de assalto a um banco por parte do personagem principal e do circo mediático que daí resulta quando o assalto passa a ser televisionado e acompanhado em directo por toda a América.

O Al, acabadinho de fazer os 2 primeiros Padrinhos, leva o filme às costas, com um grande papel, candidato ao Oscar. À grande, portanto.

Obrigado, RTP2. Nos dias que correm há que saudar a exibição de cinema na TV portuguesa. É que filmes eles passam muito, agora Cinema é mais raro. Um bem haja.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Them Crooked Vultures - Grandes Abutres

Tinha tudo para correr bem.
Três monstros sagrados do rock, juntos na mesma banda.

Na voz e guitarra, Josh Homme, um dos pais do stoner rock e de bandas tão bonitas como Kyuss, Queens of the Stone Age ou Eagles of Death Metal.
No baixo, John Paul Jones, um dos mais influentes baixistas de sempre, membro dos Led Zeppelin, autor de linhas de baixo tão épicas como as de 'Black Dog'.
Na bateria, nada menos que Dave Grohl, eterno baterista dos distintos Nirvana e frontman dos viçosos Foo Fighters.


As expectativas eram altíssimas.
E quando assim é, a montanha tem boas chances de parir um rato.

A verdade é que tal não aconteceu.
A montanha pariu foi um álbum de rock fodido, daquele rock mesmo bom, rico, envolvente; trabalhado mas cru e viril ao mesmo tempo.


Só três abutres anafados como estes, cheios de música até aos cabelos, é que conseguem começar a ensaiar em Julho e, passados uns meses, lançar um álbum deste nível. É para quem pode, não é para quem quer.

Um dos álbuns do ano.





conferir aqui e sacar aqui.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Boss AC bebe água salgada

Ontem tive a coragem de ligar a rádio e como já esperava, apanhei logo um susto do caraças:
um dueto entre o Boss AC e a Mariza.

Não quero entrar por preconceitos sobre as incapacidades poéticas e o analfabetismo funcional dos sócios do rap e do hip-hop, pois existem casos de bons letristas nesses campos, gajos cultos que sabem melhor do que rimar 'sente o meu flow' com 'tá-se bem yo'.

Mas porra, um gajo que outrora já escreveu nacos de elevada poesia como 'baza-baza, vai para casa-casa, abre a pestana-tana, isto aqui não é um filme, boy' apresenta-se agora ao lado desse vulto da portugalidade que é a Mariza com uma baboseira deste calibre:

"É como morrer de sede no meio do mar"

Mas este sacana do Boss bebe água do mar?
Ele julga que aquilo mata a sede?
Este rapaz não está bem.

É como vos digo.
Ouvir rádio é como jogar à roleta russa.
Podemos bem lixar a mona toda.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sonho de uma noite de Outono

Esta noite sonhei que estava numa festa, aquilo era numa espécie de casino, à conversa com o Woody Allen e o Daniel Day-Lewis. Estava lá mais gente, mas não tinham cara.

O Woody estava bem mais novo, não tão novo como no 'Annie Hall', mas novo, nevertheless.
Estava era a apresentar-se com um bocado de caparro, coisa que estranhei. Podia ser também daquele pulloverzão de malha que trazia. Só o Woody para ainda usar aquelas coisas.
Lembro-me que quando cheguei perto dele, dei-lhe umas palmadas nas costas em jeito de congratulação, mas não sei porquê.




O Daniel passou o tempo todo sentado numa espécie de sofá muito junto ao chão, acho que estava bêbado demais para se pôr de pé.
Ainda puxei por ele, dizendo-lhe que já devia ter ganho uns 8 Oscares, mas o gajo não estava para grandes conversas.
Mas estava com uma notável bigodaça. Devo porém admitir que não me recordo qual, mas devia ser aquela do Gangs de Nova Iorque.


E o mais engraçado de tudo é que eles percebiam os dois português, porque eu sei que contei uma piada ao Woody e ele riu-se, com aquele ar só dele, e quando mandei aquela dica do Oscares ao Daniel, ele replicou que os 4 que já tinha ganho já chegavam bem*. Sempre em português escorreito.

*Já fui ao imdb e afinal só ganhou 2. Ainda. O sonho pode ser no futuro.

A explicação que encontro é que não posso ir ao Estoril Film Festival e ver o "FlashForward" no mesmo fim-de-semana.
Dá-me volta ao subconsciente.

sábado, 7 de novembro de 2009

A minha "UMA CANÇÃO PARA A DÉCADA ZERO"

Tenho vindo a acompanhar com curiosidade a eleição por diversas personalidades da canção da década, no blog da Radar.

E desde então, pensei muito. Qual seria a minha canção desta década?
Foram 10 minutos muito cansativos intelectualmente.

Cheguei a uma rápida conclusão que me complicou as contas:
A grande maioria das minhas canções favoritas têm mais de dez anos.

Depois, passaram-me pela cabeça várias bandas e artistas que poderiam ser donos da melhor canção da década. Num outro dia, Arcade Fire, sem dúvida, The Strokes também, até Regina Spektor ou The Mars Volta poderiam sair vencedores.

Mas acabei por optar por uma canção que também figura no meu top 3 das melhores que já presenciei ao vivo - e olhem que já vi muita coisa.
Dos grandes, só me falta ver Tom Waits. E Nel Monteiro, que é uma falha imperdoável.

Portanto, a minha "canção para a década zero" é:


Franz Ferdinand - "The Dark of the Matinée" (2004)



É a minha opinião.
Vale tanto como a do prof. Marcelo ou a do Emplastro.
E pronto, era só isto. Até logo.

domingo, 1 de novembro de 2009

A hora do lobo chegou. Abruptamente.

António Sérgio, o símbolo maior da rádio com alma e personalidade desapareceu ontem, aos 59 anos.

Com ele desaparece também um dos maiores veículos de divulgação de música alternativa, sempre alheio a interesses de editoras, modas da imprensa ou tops de vendas.

Quem ouve Rádio, saberá dar-lhe o valor.
Quem ouve rádio, ficará na mesma.

Até sempre.
Bom artigo no Público aqui.